terça-feira, 24 de abril de 2012

A vida até parece uma festa, o livro dos Titãs


O livro conta os passos da banda ao longo dos 20 anos de carreira




Capa do livro escrito por Hérica Marmo e Luiz Alzer, e conta a história dos Titãs


 A bibliografia escrita pelos jornalistas Hérica Marmo e Luiz André Alzer, publicado pela editora Record  em 2002, intitulado: "A vida até parece uma festa, toda a história dos Titãs”, narra toda a história de uma das maiores bandas de rock do Brasil.


O livro foi parte do projeto de comemoração dos 20 anos do grupo, formado em 1982, nele são   contados fatos da carreira da banda, como  as brincadeiras,  os momentos em que os integrantes se reuniam para compor e beber, e as adversidades passadas pela banda, entre elas as prisões de Arnaldo Antunes e Tony Belloto, por uso de drogas em 1986, e a morte do guitarrista Marcelo Fromer, num trágico acidente de moto no começo de 2002. Além disso, a bibliografia explica como era o processo de criação das músicas, por exemplo, “Bichos Escrotos”, foi composta depois que Arnaldo, Marcelo e Branco voltavam de uma noite de bebedeira, e enquanto se dirigiam para a casa de Paulo Miklos começaram a cantar e a bombardear as coisas “belas da vida”, como flores e ursinhos de pelúcia. Outro momento marcante que o livro retrata são as brigas entre os integrantes, por exemplo, em 1984, o vocalista Ciro Gomes discutiu com Nado Reis afirmando que Reis não sabia cantar e nem tocar e exigiu que o grupo escolhesse entre ele ou Nando, esse episódio marcou a saída do vocalista.  

O livro custa em torno de R$ 30,00, abaixo o link de onde compra-lo. 




Quando o rock 80 explodiu


A carioca Blitz foi a primeira banda a irromper no cenário nacional

Após apresentações feitas no verão de 1982, no Circo Voador, a banda carioca Blitz, com o ator Evandro Mesquita no vocal, vendeu 100 mil cópias em três meses com a música “Você não soube me amar”. Originalmente composta para uma peça de teatro possuía uma linguagem coloquial, urbana, pop e mais falado do que cantada. Todos os atributos os quais as rádios não tocavam naquela época, mas explodiu e se tornou uma das mais escutadas.


A partir de 82 os grupos de rock tiveram espaço na mídia numa proporção gigantesca. Após as ensaiadas, no ano anterior, do Gang 90 & as Absurdettes; o 1º Festival de Punk de São Paulo; o surgimento da rádio Fluminense FM; e o próprio estouro da Blitz, o rock finalmente se consolida na mídia.
No mesmo ano, outros personagens que seriam futuros fenômenos dos holofotes já estavam se aquecendo. Em São Paulo, numa cena ainda underground, o circuito era alimentado por bandas como Ultraje a Rigor, Ira, Magazine, Agentss, Azul 29 e Voluntários da Pátria.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"Nõs Vamos Invadir Sua Praia", o livro




O livro "Nós Vamos Invadir a Sua Praia", lançado no dia 25 de abril de 2011, foi escrito por Andrea Ascenção, e traz a biografia do Ultraje a Rigor.

Levando ao público o começo da banda e as peripécias feitas pelo quarteto durante a década de 1980 até os dias de hoje, o livro também conta curiosidades sobre o nascimento de alguns sucessos da banda como "Inútil, que surgiu quando Roger enquanto tomava banho captava a sonoridade da palavra inútil,  "Marylou" e "Zoraide", que passaram pela censura e tiveram alguns de seus trechos mudados. Além de fotos dos caras de batom depois de se apresentarem no programa do Chacrinha e também do show surpresa feito na marquise do Shopping Top Center, em 1987, para lançar o primeiro álbum do grupo, "Nós Vamos Invadir Sua Praia".

Para falar do Ultraje a Rigor, Andrea não se limitou só a banda, ela se aprofundou na cena jovem que estava acontecendo, não só no Brasil como no mundo inteiro, além de falar sobre a ditadura militar, que ainda rolava na primeira metade da década de 1980, e a mentalidade dos jovens brasileiros da época, a autora relembra a ideologia Do It Yourself entre outras coisas daquela cena roqueira. Por mais que a banda liderada por Roger Moreira faça parte da história do BRock e seja o foco principal, Ascenção não deixou escapar nenhum detalhe do que estava acontecendo fora da vida dos quatro ultrajes, como o nascimento do Ira!, dos Titãs, do RPM, entre outras coisas.

As Mercenárias

Apesar de só terem lançado dois LP's a banda pós-punk feminina teve muito peso para o underground paulista



Em 1983, Sandra Coutinho (baixo), Rosália (vocal), Ana Mach

ado (guitarra) e Edgar Scandurra (bateria), sim ele mesmo e quase ninguém sabe disso, resolveram montar As Mercanárias. O último, dividia-se entre as bandas Smack, As Marcenárias e o ainda embrionário Ira! . Edgar ficou na banda por pouco tempo e logo deu lugar a Lou na bateria, que permaneceria até o fim da banda. O som das Mercenárias para uns é considerados punk e para outros pós-punk, por conta da misturas de influências do punk dos Sex Pistols com outras bandas como Joy Divison, Siouxsie and the Banshees e Slits. Porém, a banda tinha uma identidade própria e o som era muito pesado. As garotas, mesmo com Edgar na banda, que já tinha certo nome no underground, sofriam muito preconceito por ser uma banda feminina.

Começaram a se apresentar em casas noturnas do underground paulista, mais especificamente no Madame Satã, que na época era quase o quintal de sua casa. Ali “As Mercenárias” fizeram seu primeiro show e eram quase uma banda residente da casa.

Mesmo com certo sucesso no cenário underground conseguiram gravar com muita dificuldade seu primeiro LP, “Cade as Armas?” pela Baratos & Afins. O LP trazia os sucessos “Me perco nesse tempo” e “Santa Igreja”. Após o lançamento do compacto e com grande presença de palco, e aprovação da crítica, as Mercenárias começaram a chamar a atenção das grandes gravadoras e lançaram o segundo LP pela EMI, chamado Trashland. Sem maiores explicações a EMI rompreu o contrato com a banda e logos depois o grupo se desfez. Rosária, Ana e Lou abandonaram a carreira musical e Sandra Coutinho foi para Alemanha estudar e trabalhar . Lá, se especializou em produção musical, principalmente na parte eletrônica como arranjos, sequenciadores e samplers. Em 2011 Sandra Coutinho (baixo e vocal) resolveu montar a banda novamente, agora acompanhada pela guitarrista Vanessa Menegaldo e Pitchu Ferraz na bateria e backing-vocals. A banda até agora não produziu nada novo e a promessa é que algo saia em 2012. O jeito é esperar e enquanto isso curtir os hits do passado.

Ratos de Porão, os "trintões" do punk paulista

Uma das primeiras bandas do movimento punk em São Paulo, completa trintas anos de carreira

A formação atual do Ratos de Porão: o baixista Juninho, o guitarrista Jão, o vocalista João Gordo e o baterista Boka

O grupo surgiu no começo da década de 1980, influenciado pelo movimento punk que começava a se expandir pelo Brasil, o conjunto era formado pelo vocalista e guitarrista, João Carlos Molina, (o Jão), seu primo, o baterista Roberto Masseti e o amigo e baixista, Jarbas Alves, (o jabá). O primeiro disco do trio foi lançado em 1984 e chamava-se "Crucificados pelo sistema". O LP é considerado o primeiro álbum individual gravado por uma banda de punk na América Latina. Após a gravação do disco João Gordo entra para a banda e se torna vocalista.

Apesar de circular na cena underground de São Paulo, o quarteto é considerado referência do movimento punk em todo país e em países dos continentes Europeu, da América do Norte e América do Sul. Ao longo dos seus 30 anos de carreira o Ratos de Porão já gravou 13 discos e uma videografia contando a sua história. Atualmente eles se preparam para uma maratona de shows em comemoração aos 30 anos de sucesso.

A primeira banda desse BRock

A banda Gang 90 é considerada a pioneira do rock brasileiro de 80

No início dos anos 80, o jornalista carioca Julio Barroso escrevia de Nova York críticas musicais sobre as novas tendências e, em fevereiro de 1981 escrevera no “Jornal do Disco” sobre a new wave, pela qual era fascinado. Quando voltou ao Brasil Julio realizou uma performance, junto com mais quatro meninas, na Paulicéia Desvairada – casa paulistana onde trabalhava como disc-jóquei – e surgia assim a banda Gang 90 & as Absurdettes.
 Logo após a banda paulista se apresentar no Lira Paulistana, em São Paulo, e no Morro da Urca, no Rio, realizaram um show no festival MPB 81, com o maracanazinho lotado, onde emplacariam a música mais conhecida “Perdidos na selva”. Julio Barroso e a sua banda não explodiram na mídia nacional naquele ano, mas, críticos e músicos consideram a Gang 90 & as Absurdettes pioneira deste BRock. 

Nelson Motta, por exemplo, entende que a banda é a precursora deste novo rock brasileiro por incorporar e levar a um público grande os elementos new wave das bandas nova-iorquinas (mesmo já existindo alguns grupos new wave na praça), as quais Julio Barroso tinha afeição e acabou se tornando uma marca dessa década. Em 6 de julho de 1984, Julio morreu com apenas 30 anos ao cair de um prédio na Santa Cecília.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Kiko Zambianchi: um dos maiores compositores do rock brasileiro

O cantor não estourou como outros artistas do gênero, mas foi um dos ícones dos anos 80

Além do sucesso, Kiko Zambianchi deixou a sua marca no rock brasileiro

O rock brasileiro se estabeleceu definitivamente nos anos 80, deixando de ser considerada uma febre passageira para se tornar parte importante da produção fonográfica nacional. Muitos artistas paulistas fizeram sucesso e se tornaram ícones da época. Foi o caso de Kiko Zambianchi, que nasceu em Ribeirão Preto (SP) e foi para a capital no início daquela década.

Já em seu primeiro lançamento, o LP “Choque”, de 1985, Kiko emplacou três sucessos: a homônima ao disco, “Rolam as Pedras” e “Primeiros Erros”. Um ano depois, o cantor lançou o álbum “Quadro Vivo”, que teve a música “Alguém” na trilha sonora da novela Roda de Fogo, da Rede Globo.

Diversos artistas regravaram as composições de Kiko, como Marina Lima, com “Eu Te Amo Você”, de 1986. Mas a parceria com a banda Capital Inicial durou mais que apenas algumas regravações: em 2000, o grupo brasiliense convidou o compositor a participar de seu álbum acústico, produzido pela MTV. Além disso, no disco “Rosas e Vinho Tinto”, do Capital Inicial, Kiko participou de nove faixas, com maestria, e assinou a pré-produção ao junto a Dinho Ouro Preto.

Apesar de ter decepcionado alguns amantes do rock e, principalmente, alguns beatlemaníacos, ao lançar a versão brasileira de “Hey Jude”, composta pelo ex-beatle Paul McCartney, Kiko Zambianchi é uma inegável referência do rock paulista da década de 80.

O Fim do Mundo, Enfim

Trinta anos depois do Festival, parte das bandas que tocaram na primeira edição consagraram o punk paulista




Já escrevemos aqui no blog um texto sobre a primeira edição do festival realizado em 82, então fomos cobrir o que rolou nesta segunda edição pra contarmos à vocês.

Com curadoria e organização de Clemente Nascimento, o evento foi realizado no mesmo local, o Sesc Pompéia, entre os dias 29 e 31 de março. Boa parte das bandas, ou pelo menos as que se mantiveram ativas nesses últimos trinta anos se apresentaram. Algumas bandas mais recentes também tocaram. O eventou contou com: Os Excluídos, Devotos do Ódio, Inocente, Garotos Podres, Ataque 77 da Argentina, Flicts, Ratos de Porão, Invasores de Cérebro e Questions.

Era para o evento ir até o dia 1º de abril e neste dia, tocariam: Cólera, Olho Seco, Agrotóxico, Restos de Nada, Condutores de Cadáver e Lixomania. Por falta de “estrutura”, neste dia o show seria gratuito, o Sesc anunciou o cancelamento e disse divulgar uma nova data em breve.

Das bandas que tocaram na primeira edição, só o Inocentes e Ratos de Porão se apresentaram na segunda. Não fosse pelo cancelamento do dia 1º de abril, Cólera, Lixomania e Olho Seco também estariam presentes.

Diferente do clima em 82, no evento não rolou nenhum registro de briga entre gangues e frequentadores. Todos que foram, em sua grande maioria, punks e punks acima dos trinta anos, e que estiveram na primeira edição, foram para celebrar o fato do movimento ainda estar vivo na cena musical paulista.

Agora é esperar a divulgação do Sesc Pompéia com a nova data do show cancelado ou o mundo efetivamente acabar esse ano, já que é o que dizem as más línguas.


Abaixo, algumas fotos que o Rock Paulista 80's registrou do evento: