terça-feira, 22 de maio de 2012

De Verminose à Magazine

Primeiro compacto do grupo Magazine: 200 mil cópias vendidas

Em meio aos punks ativistas e do subúrbio de São Paulo, estava Antônio Carlos Senefonte, mais conhecido como Kid Vinil, pseudônimo que passou a usar a partir de novembro de 1979, quando estreou como locutor em seu programa na Excelsior FM, que falava sobre as novidades do punk e da new wave. “Não contei para ninguém que estava apresentando o programa, para não parecer blasé com o pessoal da periferia”.

Kid se envolveu com o punk rock ainda quando tocava guitarra no grupo AI-5, uma das primeiras bandas do gênero, em 1978, mesmo ano em que começou a trabalhar na gravadora Continental. Depois que o grupo acabou, Kid formou, junto com Trinkão, colega da gravadora, e Lu Stopa, amigo de Trinkão, a banda Verminose, marcada pelo som rockabilly e punk. Em um dos primeiros shows que o grupo fez no Teatro Lira Paulistana, os punks danificaram parte do local. O motivo seria uma entrevista que Kid deu à revista Veja – os mais radicais adeptos ao movimento pregavam a resistência à imprensa e nunca davam entrevistas.

Depois de conceder entrevista a Veja, Kid Vinil ficou conhecido como o maior traidor do movimento punk e, por vezes, recebeu ameaças de morte. “Nunca fui do tipo revolucionário. Gostava da música punk, mas o discurso não me dizia nada. Sempre me cobraram uma posição política, mas eu queria era entretenimento, o ritmo, o riff”, explicou Kid ao jornalista Ricardo Alexandre, no livro Dias de Luta, de 2002.

O guitarrista da Verminose, Ted Gaz, não queria continuar como uma banda punk e os outros integrantes, inclusive Kid, já estavam desgastados com a sucessão de ameaças que o público punk fazia. O grupo Verminose, então, foi renomeado de Magazine, e o som mudou do punk e rockabilly para a new wave. O Magazine foi marcado pelo humor nas letras e pelos figurinos coloridos e divertidos. 

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